quarta-feira, 31 de março de 2010

Menino de 12 anos descobriu fóssil de Gliptodonte

Um Glyptodon deve ter sido assim
© P. Riha
Certo dia Mario Vignolo, um garoto de 12 anos do Uruguay saiu para pescar e no caminho descobriu algo mais valioso do que qualquer peixe, um fóssil de Gliptodonte de aproximadamente 30 mil anos de idade. O bicho mede cerca de 1 metro e meio de comprimento e está em bom estado de conservação, tendo sido enviado pela Prefeitura de Soriano ao Museu Alejandro Berro, que fica na cidade de Mercedes. Segundo registros de pesquisadores, a região onde o fóssil foi achado sobre inundações com frequência e tal fenômeno pode ter causado erosão nas rochas expondo o fóssil. O Gliptodonte é um mamífero herbívoro que parece um Tatu gigante, podendo chegar a medir até 3 metros de comprimento e pesar uma tonelada e meia.

quarta-feira, 24 de março de 2010

NOVA ESPECIE DE DINOSSAURO É ACHADO NOS EUA!

Um novo fossil de um herbivoro do jurassico foi encontrado nos EUA.
 Leia a reportagem a seguir.

WASHINGTON (AFP) - O esqueleto parcial fossilizado de uma nova espécie de dinossauro herbívoro - que viveu há 185 milhões de anos - foi descoberto no estado de Utah, nos Estados Unidos, segundo um especialista.
A descoberta do raro esqueleto de 'Seitaad ruessi' nas rochas avermelhadas da região de Navajo, confirma a prevalência da subordem de dinossauros chamada de sauropodomorfos no início do período Jurássico (entre 200 milhões e 144 milhões de anos a.C.), marcado por uma extinção em massa das espécies, explicou o paleontólogo Joseph Sertich, da Universidade Stony Brook de Nova York, um dos autores do estudo que será publicado na edição desta quarta-feira do jornal on-line PLoS ONE.
O espécime, encontrado abaixo de casas de pedras e adobe do antigo povo Anasazi em um local conhecido como Ninho da Águia, conserva boa parte dos ossos, com exceção da cabeça e certas partes do pescoço e do rabo.
O 'Seitaad ruessi', dotado de um pescoço longo, media cerca de um metro de altura e possuía 4,5 metros de comprimento. Estima-se que seu peso variava entre 70 e 90 quilos. Podia caminhar em duas ou em quatro patas.
Ele é um ancestral de outros dinossauros de pescoço e cauda longos como os diplodocos, os apatossauros e os branquiossauros, que andaram pela Terra no período Jurássico tardio.
O nome Seitaad deriva de uma palavra em Navajo que se refere à lenda de um monstro do deserto, enquanto a segunda parte do nome atribuído à criatura homenageia o explorador americano Everett Ruess, que desapareceu nas areias do sul de Utah em 1934, quando tinha apenas 20 anos de idade.
Mamute
     Os Mamutes eram parentes dos atuais elefantes, ou seja, pertencentes ao grupo dos proboscídeos ou elefantídeos, eram coberto de pelos, e existem teorias que dizem que eles foram caçados pelos humanos que moravam nas cavernas. Eles vivia nos frios climas setentrionais da América do Norte e Rússia e se extinguiram há 12 mil anos atrás. Existiam várias espécies de mamutes essa era o Mammuthus trogontherii que deu nome ao grupo, mas também existiam o Mamute Lanudo, o Mamute Imperial que foi o maior de todos os proboscídeos entre outros.
Dados do Mamífero:
Nome: Mamute
Nome Científico: Mammuthus trogontherii
Época: Pleistoceno
Local onde Viveu: América do Norte e norte da Ásia ( Rússia )
Peso: 13 toneladas
Tamanho: 4 metros de altura
Alimentação: Herbívora

Smilodon

Smilodon populator
© Mário Alberto
Smilodon fatalis
© Ian Coleman

Nome científico: Smilodon populator, S. fatalis e S. gracilis (Dentes de faca).
Tamanho: S. populator com 3 metros de comprimento, S. gracilis com 1,20 e S. fatalis, 2,50 metros.
Alimentação: carnívora.
Peso: S. populator cerca 500 Kg; S. fatalis 320 Kg. e S. gracilis com 80 Kg.
Viveu: América do Norte e América do Sul, achados no Brasil e Argentina.
Período: Pleistoceno e Holoceno, os mais antigos datam de 2.5 milhões de anos e o mais recente de 10 mil anos.

Onde o Smilodon viveu?
Clique no mapa e descubra!
Quando ele Viveu? 
A área em vermelho na tabela responde esta pergunta!

O Smilodon não tem parentesco direto com os tigres, como sugere seu nome popular, "Tigre-dentes-de-sabre", pois pertence a uma subfamília de felinos extintos, conhecida como Machairodontinae, da qual não resta nenhum membro vivo atualmente. Todos os animais desta subfamília eram providos de caninos longos. Seu nome vem do grego, Smile faca de trinchar carne + Odontos dentes.
O primeiro fóssil descoberto foi encontrado no Brasil, na cidade de Lagoa Santa - Minas Gerais em 1941, pelo pesquisador dinamarquês Peter Wilhelm Lund (1801-1880).
O dinamarquês vivia no Brasil e pesquisava muito na região de Minas Gerais em busca de fósseis, quando finalmente encontrou em uma caverna o fóssil de Smilodon. Por este e outros achados hoje este homem é considerado o pai da pelontologia no Brasil.
Dentre todos os achados, foi possível definir três espécies diferentes desse felino, espécies que você conhece melhor abaixo.
Smilodon populator : É a maior espécie de Smilodon, podia atingir 3 metros de comprimento, 1,20 metro de altura com massa corporal de até 500 quilos. Viveu na América do Sul, sendo os fósseis encontrados em Minas Gerais, como mencionado antes e em São Paulo, assim como na Argentina. Seus caninos eram muito grandes, mediam em média 15 centímetros de comprimento, mas há fósseis que mediam até 18 centímetros. Viveu no Pleistoceno e Holoceno.


Smilodon populator
© Felipe Alves Elias
Crânio de Smilodon populator
fóssil original na exposição Dinos na Oca em SP
© Jorge Gonçalves de Macedo
Smilodon fatalis : Esta espécie tem duas subespécies de Smilodons, o Smilodon fatalis californicus e o Smilodon fatalis floridana. Esta espécie viveu no Pleistoceno e Holoceno também, porém era menor que o S. populator, chegava a medir 2,50 metros de comprimento e pesava em torno de 320 quilos. Viveu na América do Norte e do Sul.

Smilodon fatalis comparado a um homem
© Dan Reed
Crânio de Smilodon fatalis na Dinos na Oca© Jorge Gonçalves de Macedo
Smilodon gracilis : Esta espécie é a mais antiga, viveu entre 2,5 milhões e 500 mil anos, é também a menor espécie conhecida, pesando em torno de 80 quilos apenas. Media somente 1,20 metros e provavelmente é um ancestral dos demais espécimes de Smilodon.

No tamanho, estes grandes predadores equivalem a leões e tigres, porém seu corpo era bem mais robusto, sua massa muscular era maior, principalmente nas pernas dianteiras e pescoço, deixando o animal com um porte semelhante ao de um urso do que de um felino.
Sua principal característica eram os caninos de aproximadamente 15 centímetros de comprimento, projetados para perfurar e ferir profundamente, quando o animal mordia a vítima.
Essas grandes "armas" não eram projetadas para rasgar carne, eram frágeis demais para tal empreitada, podendo quebrar-se durante uma mordida.
Sendo assim, este animal devia utilizar os caninos para perfurar veias do pescoço, como a jugular ou para perfurar a traqueia, aproveitando-se de sua capacidade de abrir a mandíbula em um ângulo de 120 graus, enquanto a abertura de mandíbula dos leões, por exemplo, chega a 65 graus.
Porém se comparada a mordida do Smilodon com de outros felinos de dentes de sabre, é mais fraca, talvez porque o Arco Zigomático desses carnívoros era menor que o dos felinos atuais. Este arco é um osso do rosto por qual passam músculos que ajudam a mover a mandíbula. Sendo menor, o osso não permitia que os músculos crescessem tanto e com isso a mordida seria mais fraca, calculada em aproximadamente um terço da força de uma dentada de um leão.
Então se analisarmos as forças de mordida de vários felinos dentes de sabre, parece que quanto maior os dentes caninos do felino, mais fraca é sua mordida.
O Smilodon desenvolveu pernas mais curtas, porém mais fortes e musculosas do que outros felinos, contendo nas patas dianteiras fortes músculos flexores e extensores, que permitiam ao animal segurar com força presas de grande porte.
Já as pernas traseiras eram dotadas de músculos adutores que ajudam a dar estabilidade ao perseguir uma presa. Como os demais felinos, o Smilodon devia ter garras retrateis.
O comportamento social desses felinos é desconhecido, mas os achados feitos em La Brea Tar Pits, na Califórnia, continham centenas de fósseis da espécie S. fatalis, o que pode sugerir que usavam o comportamento de ataque em bando, aproveitando para comer restos de animais mortos nas armadilhas naturais de piche, ou mesmo atacar animais vivos que ali ficavam presos ao tentar beber água. Uma sugestão é que eram atraídos pelos ruídos dos animais, que provavelmente gritavam ao tentar desatolar-se, uma característica de predadores sociais, que vivem em bandos, afirma Chris Carbone, da Sociedade de Zoologia de Londres, o qual fez pesquisas no Serengueti na África e constatou que somente carnívoros que caçam em bando acabam sendo atraídos por sons de animais presos ou machucados, tocados pelo pesquisador.
Talvez o "Dentes de Sabre" vivesse em bandos, caçando e levando a presa até o bando, e dividindo a comida. Além disso, alguns fósseis apresentavam sinais de doenças e ferimentos, mas que não mataram, ou seja, acabaram se curando. Para que um animal pudesse sobreviver machucado teria que comer presas de outros, pois não teria capacidade de caçar. Podemos supor que os mais fortes caçavam e os restos eram devorados pelos fracos e doentes. Seus dentes caninos ajudavam a afugentar possíveis competidores pela comida. Os machos e fêmeas eram do mesmo tamanho e ambos tinham presas.
Dentre as presas do Smilodon estavam ancestrais dos camelos atuais, cavalos, preguiças gigantes, cervos, mamutes, mastodontes e bisões.
Grandes felinos atuais costumam matar a vítima por estrangulamento, uma empreitada que leva vários minutos, no entanto os Smilodons não deviam fazer isso porque sua mordida não era tão forte.
Pesquisadores acham mais provável que estes animais usassem sua grande massa corporal, jogando seu peso e agarrando a vítima com força com as patas da frente, até derrubá-la no solo, onde poderia mais facilmente atacar sua jugular, cortando a veia ou atingindo a traqueia com os longos caninos, um método rápido, que não precisaria que o felino permanecesse mordendo a vítima por longos minutos. Outra possível arma do Smilodon pode ser sua pelagem, não se sabe exatamente a cor de seus pêlos, mas geralmente predadores deste tipo desenvolvem um padrão de camuflagem, que dá a eles o "elemento surpresa", que pode ser decisivo em um ataque. Segundo os líderes deste estudo, esta técnica pode ter tornado o Smilodon o felino mais eficaz em caçadas, principalmente de grandes presas, se comparado aos leões e tigres atuais. Mas tudo tem dois lados, assim é a técnica de caça do Smilodon, que acabaria ficando dependente do "suprimento" de grandes animais para sobreviver. Isto pode ter contribuído para sua extinção, já que com grandes caninos ficaria mais difícil de capturar presas pequenas e rápidas, que se desenvolviam em um ambiente em estada de mudança.
Em 2008, pesquisadores fizeram um novo estudo e afirmaram que o Smilodon realmente não tem nenhuma característica de caçador solitário, mas sim de caçador social, atacando em bandos como leões. Pensam também que as suas presas longas serviam mais para comportamento social e exibição sexual, para atrair parceiros, do que para caçar.
Estes felinos sumiram da face da terra por volta de 10.000 (dez mil) anos atrás, quando os humanos começavam a evoluir e tomar espaço, sugerindo que os mesmo podem ter ajudado a extinguir essa e outras espécies caçando. Porém alguns afirmam que o fim da era do gelo pode ter alterado radicalmente o clima e a vegetação afetando herbívoros e consequentemente os carnívoros como Smilodon, que acabaram extintos. Porém não faz muito sentido se levarmos em conta que esse animal e seus ancestrais, sobreviveram a mudanças de clima de eras interglaciais.
O Smilodon é um animal relativamente popular, conhecido mundialmente como o "Tigre-dentes-de-Sabre", por isso aparece em vários desenhos, séries e filmes. Uma série de filmes recentes em que o "gatão" é retratado é a animação A Era do Gelo, no qual é o personagem Diego. Também já filmaram um filme chamado Sabretooth (Dentes de Sabre), além de ser mostrado em documentários como Walking with Beasts da BBC e Prehistoric Park, onde Nigel Marven volta no tempo e resgata o animal para livrá-lo da extinção.

Smilodon populator de Walking with Beasts
© 
BBC

Inclusive uma curiosidade interessante, é que o episódio onde retratam a vida dos "Tigres-dentes-de-Sabre" no documentário Walking with Beasts da BBC, foi filmado no Brasil, na Chapada dos Veadeiros - Goiás. Confira as fotos da paisagem usada nas gravações. As fotos foram tiradas por Wilker de Almeida, irmão de um amigo, durante viagem na região. Compare a 1º foto da chapada com a foto de uma cena do documentário.
Chapada dos Veadeiros - Goiás
© Wilker de AlmeidaChapada dos Veadeiros - Goiás
© Wilker de AlmeidaChapada dos Veadeiros - Goiás - Cena de Walking with Beasts
A ave Phorusrhacos observa mamíferos pastando

Também aparece na série de TV inglesa, Primeval, onde anomalias no tempo formam portais que permitem que animais do passado ou futuro viagem pelos portais. Em um episódio um destes grandes felinos acaba sendo trazido ao presente e a confusão gearada por ataques se torna um caos.
Também foi escolhido como mascote e símbolo do time de hockey Nashville Predators, da cidade de Nashville, onde foi encontrado um de seus fósseis durante a construção de um banco.

Fontes:
Wikipedia

Carnivora Forum


Bichos, Os. São Paulo: Abril, 1972.

MENDES, Josué Camargo. Paleontologia Geral. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Téc. Científicos, 1982.

Prehistoric Cats and Prehistoric Cat-like Creatures. Disponível em:
http://www.messybeast.com/cat-prehistory.htm. Acesso em dezembro de 2006.

RICHARDSON, Hazel. Dinosaurs and Prehistoric LifeLondon: Dorling Kindersley, 2003


Leia mais: http://ikessauro.blogspot.com/search/label/Mam%C3%ADferos#ixzz0j6pfe90i

terça-feira, 23 de março de 2010


Linheraptor exquisitus: um novo dromaeossaurídeo chinês


Reconstrução do Linheraptor
© PA
Hoje é um daqueles dias em que "dinomaníacos" ao redor do  Brasil e mundo ficam empolgados, pois foi anunciada a descoberta de um novo dinossauro, predador, do grupo dos raptores. Sem dúvida o grupo de dinossauros que mais tem fãs é o dos Terópodes e quando um novo é encontrado atrai muita atenção. Este novo animal foi encontrado na Mongólia Interior, uma região da China e é muito parecido com oVelociraptor. Veja mais sobre o novo dino no resto da postagem.



Foi em 2008 que encontraram este fóssil, quando Michael Pittman, da University College London, e seu colega estadunidense Jonah Choiniere, da Universidade George Washington, estavam na China em buscas de restos de animais na Formação Wulansuhai.
Uma única garra da mão aparecendo em uma rocha indicou que ali havia algo interessante, mas eles ficaram muito surpresos ao perceber que além daquela garra, o enorme bloco de pedra mantinha em seu interior um esqueleto articulado, praticamente completo.
O fóssil verdadeiro do Linheraptor
© Zootaxa
O animal desenterrado com a ajuda do Dr. Xu Xing, do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia da China, mede 2,5 metros de comprimento e deve ter pesado por volta de 25 quilos em vida e é com certeza um dromaeossaurídeo, parente do Velociraptor. Segundo os pesquisadores ele deveria ser bem semelhante ao seu primo já mencionado e viveu durante o Cretáceo, caçando pequenosceratopsídeos como o Protoceratops naquela região, usando todas as suas armas, inclusive as garras em forma de foice localizadas nos pés.
Ele deve ter sido ágil, astuto e coberto de penugem, assim como outros raptores encontrados na região e seu fóssil está tão bem preservado que permitirá uma melhor compreensão do grupo dos dromaeossauros como um todo, pois pode-se ver neste animal características difíceis de perceber em esqueletos não tão completos de outras espécies.
Ele pode ajudar a compreender a evolução dos dinossauros com "garra terrível" e ainda talvez, suponho, das aves, pois seu parentesco com este grupo animal é muito forte. Ele é pouca coisa mais primitivo que o Velociraptor, possui as "garras terríveis" menores, mas ainda sim é bem evoluído. Acredita-se que seu parente mais próximo seja outro raptor descoberto há pouco tempo chamado Tsaagan mangas. Uma diferença notável é que sua fenestra anterorbital, aquele "buraco" nas laterais do crânio que ficam na frente da abertura do olho, é dividida em duas, uma fenestra maior e em seguida uma menor, pouco antes da abertura nasal. Normalmente esta fenestra é inteira e não dividida em duas partes, o que pode indicar que este animal pertence a um novo tipo de raptores com fenestra dividida.
Observe na foto a seguir: há o grande buraco, que é a órbita ocular, seguido da fenestra anterorbital à sua direita, mas esta tem uma "divisória" de osso que forma um terceiro buraco pequeno.
Crânio do Linheraptor
© PA
Não se sabe como morreu este dinossauro, porém pode ter sido soterrado em areia disse um dos descobridores. O fóssil estava em um bloco de arenito vermelho, que é rocha formada por areia e por isso os pesquisadores imaginaram que o animal pode ter sido soterrado repentinamente, por isso seus restos estão muito bem preservados.
O artigo sobre o novo animal foi publicado na revista especializada Zootaxa e pode ser acessado via internet em forma de PDF. Clique aqui para ver o artigo publicado no Zootaxa.
Reconstrução do Linheraptor© Matt von Rooijen

Se você consegue entender bem o idioma inglês sugiro que veja o seguinte vídeo, em que um dos pesquisadores, Michael Pittman, nos fala sobre o novo dinossauro e suas peculiaridades. O áudio e as legendas estão ambos em inglês.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dinossauros anões: estudo explica porque alguns são assim

Comparação: a esquerda Zalmoxes e à direita o Magyarosaurus
Em vermelho as espécies da ilha e em cinza as do continente
© Simon Powell/ Bristol University

Sempre que falamos em dinossauros a maioria das pessoas lembra dos répteis gigantescos que um dia habitaram a Terra, mas geralmente não para para pensar que eles eram apenas animais, como qualquer outro que existe atualmente e estavam sujeitos à doenças, parasitas, fome, sede, necessidade de habitat adequado entre outras coisas e isso força os animais em geral a adaptar-se para evitar a extinção da espécie. Alguns dinossauros fizeram isto, adaptaram-se à vida em ilhas, tornando-se menores. Veja como os paleontólogos explicam isto a seguir.

Durante o Cretáceo, entre 70 e 65 milhões de anos atrás, a Europa estava em boa parte coberta pelo oceano e no meio do continente havia um arquipélago de ilhas que hoje corresponde à Romênia, sendo que tais ilhas eram habitadas por diversos animais. Entre os bichos que viveram lá, estavam dinossauros, que estranhamente são bem menores que os animais do continente. Saurópodes do grupo dos Titanossauros na maior parte são grandes, mas uma espécie em particular, o Magyarosaurus, que viveu naquelas ilhas, era pequeno, menor que 10 metros.

Os pesquisadores chamam o local de Ilha Hateg e estimam que sua extensão era de 80 mil km², que hoje fornece diversos fósseis, entre dinossauros, aves, Mamíferos, anfíbios e outros animais. O estudo foi feito por Mike Benton, da Universidade de Bristol, em conjunto com uma equipe de pesquisadores da Romênia e de outros países.
Mas eles não são os primeiros a falar em dinossauros anões, pois o Barão Franz Nopcsa tinha propriedades na região e escavava fósseis, comparando-os aos de animais do continente, o que o levou a perceber que os animais eram praticamente iguais, ou talvez pelo menos muito semelhantes, porém os animais das ilhas eram muito menores, com metade do tamanho dos continentais.

Benton e sua equipe analisaram o Magyarosaurus e dois Ornitópodes, o Telmatosaurus e o Zalmoxes e perceberam que todos são anões se comparados aos exemplares correspondentes encontrados no continente. Mas você poderia imaginar que os fósseis são pequenos porque pertenciam a animais jovens, que morreram ainda filhotes. Os cientistas pensaram nesta possibilidade e providenciaram testes dos ossos e comprovaram que são mesmo animais adultos, totalmente desenvolvidos.
Como aquele local era uma ilha, os animais estavam isolados do resto do mundo em um pequeno espaço e segundo os paleontólogos, animais grandes só tem dois caminhos a seguir quando confinados em um local pequeno: a extinção da espécie ou a adaptação.
Pelo visto estes animais conseguiram adaptar-se, e a estratégia que a natureza seguiu foi diminuir seu tamanho. Foi uma seleção natural, pois os animais pequenos comem menos e precisam de menor território para viver, ou seja, a natureza fez com que os animais menores sobrevivessem porque a comida ali disponível era suficiente para estes, enquanto que os animais maiores da mesma espécie iam morrendo porque precisavam de maior quantia de alimento. Quanto mais animais pequenos sobreviviam, mais descendentes pequenos nasciam e isso com o decorrer de um longo tempo transformou os animais da ilha em miniaturas dos animais do continente.
Como os animais acabaram presos na ilha ainda é um mistério, mas pode ser que ficaram isolados com uma subida repentina do nível do mar ou se alguns acabaram nadando até lá, podendo talvez terem sido arrastados pela correnteza.
Esta notícia até me lembra do documentário do Discovery Channel, Dino Planet, cujo episódio intitulado "A Viagem de Pod" é focado em uma viagem de um Pyroraptor, que acidentalmente é carregado para a ilha e ali encontra os incomuns dinossauros anões. Vale a pena assistir, recomendo.

Novo dino é o primeiro Ornitomimossauro da Europa

O novo dino europeu deve ser primo do Gallimimus da foto abaixo© Andrey Atuchin
O animal ainda nem tem nome ou descrição detalhada, mas segundo Octávio Mateus, do Museu de Lourinhã em Portugal, o fóssil encontrado na Bulgária é sim de um dinossauro avestruz, ou seja, um terópode onívoro.
O primeiro osso a que Octávio teve acesso, com apenas 10 centímetros, foi entregue ao Museu da Lourinhã em 2005 por um estudante de mestrado búlgaro, que buscava talvez uma descrição detalhada do que acreditavam ser um animal marinho. O osso era na verdade do terópode, com características evidentes disso, como o fato de o osso ser oco e ter marcas específicas de um osso do braço encontrado em dinossauros carnívoros.
Além deste grupo de dinossauros, só Aves, Pterossauros e Mamíferos tem ossos ocos e como não era obviamente um mamífero nem um pterossauro ou ave, só poderiam pertencer a um dino.
Segundo Mateus, o animal viveu no Cretáceo Superior da Europa e é um achado importante pois trata-se do primeiro registro mais concreto de um ornitomimossauro na Europa. O fóssil  se localiza no Museu de História Natural da Bulgária e foi datado pelo paleontólogo português como sendo de 65 milhões de anos atrás, data próxima da extinção dos dinossauros